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Da primeira ecografia ao bacio, passando pela escolha da cadeira-auto… Temos resposta para tudo quando se trata das crianças e de si!

Como se desenvolve o paladar do bebé?

Agora que já sabemos que a alimentação e a saúde estão ligadas, sonhamos com o momento em que os nossos filhos vão comer tudo e com muita satisfação! Mas como é que se forma o paladar do bebé? Há a diversificação, a amamentação, mas antes disso? A alimentação de uma grávida altera as próximas preferências gustativas do bebé? Esta é sem dúvida uma questão que fascina os investigadores e os pais!

Como é que funcionam as papilas gustativas?


Honestamente, custa a acreditar que um feto de 19 cm consiga distinguir um bacalhau com natas de uma caldeirada! Futuras mamãs, as papilas gustativas do feto funcionam a partir do final do 3º mês de gravidez… E sim, é na sua barriga que o bebé desenvolve os seus sentidos: o tato, depois o olfato, o paladar e finalmente a audição. Quando nascer, o bebé tem 7 000 botões gustativos, o que o torna num campeão do paladar em todas as categorias, muito melhor que o seu avô de 60 anos que já só tem 2 000…

Mas como é que funciona o paladar? A língua tem 3 000 papilas gustativas. Vamos desfazer o mito: as papilas não detetam o paladar diretamente, servem para proteger os botões gustativos e as células sensoriais que enviam mensagens ao cérebro sbre os alimentos que comemos: quentes, picantes, amargos, etc.

Os fetos têm algum sabor preferido?


Sejamos sinceros, parece-nos difícil fazer uma sondagem a um painel representativo de fetos para determinar os seus sabores preferidos, embora saibamos que os bebés já desenvolverem várias capacidades na barriga da mamã!
Ao observar os fetos no útero e os bebés prematuros, os cientistas encontraram a resposta e descobriram que os fetos preferem o doce em vez do amargo: se a sacarose for injetada na barriga da mãe, o futuro bebé reage ao engolir mais líquido amniótico. Em contrapartida, abrandam a deglutição com uma solução amarga.

Este acontecimento ocorre nos recém-nascidos. Foi desenvolvida uma técnica de testes com reflexo gusto-facial pelo fisiologista Jacob Steiner em que observamos as expressões faciais do bebé quando lhe damos água neutra, depois água com açucar, sumo de limão e quinina. A teoria foi confirmada em milhares de bebés, e a avaliação determinou que não houve nenhuma reação quando lhe demos água pura, pelo contrário, quando lhe demos água doce revelou uma expressão de felicidade, quando lhe demos limão fechou os lábios e por fim, quando lhe demos um sabor amargo tirou a lígua para fora!

Na natureza, as substâncias amargas são geralmente tóxicas, por isso e segundo alguns cientistas, esta aversão do feto ao amargo é um mecanismo de sobrevivência ancestral. Por outro lado, como o leite materno é doce é normal que o bebé goste mais deste grupo de sabores.

O paladar do bebé pode ser influenciado pela grávida?


Podemos evitar a síndrome do «Bah, não gosto de legumes!», muito comum nas crianças de 2 anos? Ou seja, será que a criança quando crescer vai comer de tudo se também comermos de tudo durante a gravidez?

Na barriga da mamã o bebé recebe a comida através do cordão umbilical mas também ingere regularmente líquido amniótico. Os sabores passam pela placenta e alteram o sabor do líquido amniótico: são mais de 490 os ingredientes que contêm aromas e sabores!

Conclusão: «É evidente que a criança partilha as refeições da mãe» diz Benoist Schall, diretor do centro Europeu de Ciências do Paladar. «Quanto mais preferências e escolhas alimentares a criança tiver, mais curiosidade sobre novos alimentos vai ter após o nascimento. Mas isso ainda está por provar ».

O tema da atual investigação de Benoist Schaal que pediu a 24 futuras mamãs que durante as duas últimas semanas de gravidez comessem regularmente rebuçados de anis, é a demonstração desta hipótese. Após o nascimento, estes bebés atraem-se durante mais tempo por compressa embebida em anis do que por uma compressa embebida com outro cheiro! No entanto, e de acordo com as suas experiências alimentares, acredita-se que as preferências do bebé serão alteradas após o nascimento.

Os cientistas ainda não conseguiram provar a 100% que a alimentação da grávida determina o paladar do bebé! Mas, ainda há uma boa razão para uma alimentação diversificada: comer bem durante a gravidez é a melhor forma de satisfazer as suas necessidades nutricionais e as do feto que está a formar-se… Por isso, bom apetite!