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Da primeira ecografia ao bacio, passando pela escolha da cadeira-auto… Temos resposta para tudo quando se trata das crianças e de si!

O que é a disciplina positiva?

Um método educacional baseado na bondade

Evitar birras, compreender o choro e o mau humor, acompanhar a criança da melhor maneira possível nas suas aprendizagens, encorajar a sua autonomia desde muito pequeninos, estes são os desafios dos jovens pais no dia a dia. E às vezes, não são nada fáceis de enfrentar! Vamos tentar?

O que é a educação positiva?


Mas que movimento é este que começa a ser muito falado? Entre o castigo sistemático e o «deixar-andar», os cuidados parentais seguem uma 3ª via, uma forma de educação num ambiente seguro e calmante que defende a empatia e o respeito da criança.

Desenvolvido pela psicóloga americana Jane Nelsen no final dos anos 60, este método inspira-se nos princípios da disciplina positiva. Na área da educação, são geralmente reconhecidos dois grandes métodos: a autoridade ou a permissividade, em que ambos são baseados numa forma de «confronto» entre pais e filhos. A educação positiva propõe uma saída deste equilíbrio de forças, como explica o pedopsquiatra Rafi Kojayan, «a disciplina positiva dá grandeza à função parental: saber ouvir, compreender, proteger, respeitar, sabendo, ao mesmo tempo, estabelecer limites».

Aliar compreensão e firmeza é o princípio maior


Para a ajudar a adotar os princípios de uma educação positiva no dia a dia propomos-lhe alguns conselhos práticos

  • Identificar e dar prioridade às necessidades da criança, sejam elas físicas ou emocionais, para lhe poder responder da melhor forma e adaptar-se a ela.
  • Aprender a descodificar as emoções que, ao contrário do que muitos pensam, não são simples "caprichos": o bebé chora, grita, fica agitado, recusa-se a comer ou a dormir... Tente manter a calma, não reaja de forma demasiado espontânea e afaste-se um pouco. Observe o seu filho, ponha de lado as suas próprias emoções para perceber o que está realmente por detrás da sua irritação, tristeza ou frustração.
  • Para estimular a ciança, mantenha um ponto de vista positivo e uma atitude compreensiva: encoraje-a, elogie-a, valorize-a, sem se concentrar nos passos em falso, nos riscos, nos fracassos! E quando tiver que estabelecer regras, fazer advertências ou impor proibições, tente sempre fazê-lo de uma forma positiva e encorajadora.
  • Estabelecer limites claros e principalmente adaptados à idade da criança é essencial para o seu bom desenvolvimento. Só tem que lhe dizer o que espera dela duma forma tranquila e sem mudar constantemente de atitude.
  • Proibir qualquer forma de castigo físico ou verbal que possa ser considerado humilhante pela criança e que, na verdade, não vai atingir o seu objetivo nem fazer que as coisas avancem no bom sentido.
  • Principalmente durante os primeiros anos de vida, o bebé vai gostar de a imitar e reproduzir o seu comportamento em relação aos que a rodeiam, por isso dê o exemplo.
  • As manifestações de afeto, num clima de confiança e de serenidade, são muito importantes ao longo do crescimento do bebé, por isso demonstre-o abraçando-o, massajando-o, embalando-o e dando-lhe muitos mimos.

A parentalidade positiva não põe em causa a autoridade, não se trata de deixar a criança fazer tudo e esperar para ver o que acontece. O objetivo é estabelecer uma relação de confiança, sem uma relação de força, sem «submissão», sem uma pressão excessiva... mas com regras! É verdade que, se optar por este caminho, vai precisar de investir bastante paciência e ter a capacidade de questionar o próprio comportamento... Mas, acima de tudo, é preciso desistir de querer ser a mãe ou o pai exemplar de uma criança perfeita!